sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Confissões de um seminarista



A trajetória de um seminarista é quase sempre marcada por sonhos e frustrações, na sua igreja ele é tido como modelo de jovem cristão, pensamento que se consolida ainda mais quando alguém lhe diz em fase final de curso em detrimento dos que por alguma razão não puderam continuar “você faz parte da nata” mas a verdade é que todas essas afirmações não passam de projeções que tentam fortalecer seu ego que não quer admitir que é igual a todo mundo. Porque não sua igreja ele pode até ser o “bambambã” mas no seminário é equivalente a todos. Ao chegar ao seminário acaba se esquecendo dos motivos puros e às vezes ingênuos que o trouxeram “ a casa de profetas” como é conhecido!

Esses dias estive pensando sobre os motivos que levam um jovem ao seminário, ou a carreira auspiciosa do ministério, louvo a atitude desses que ainda se disponibilizam vir uma vez que “ quem deseja o episcopado excelente obra deseja (I Tm.3.1 ) ” mas desde quando esses desejos estejam dentro das motivações corretas. Ao conversar com alguns colegas de seminário pude percebe que quase todos vieram ao seminário por razões meramente emocionais. Eis as razões

1- O seminário como “um reduto espiritual” infelizmente muitos acham que o seminário é o lugar onde a sua vida vai entra nos trilhos, e inconscientemente acaba assimilando a teoria de Skinner de que “ somos apenas uma reação do ambiente” é certo que a ambiência influencia sobremodo a vida de alguém mas de modo algum determina que vamos ser. Daniel na corte de Nabucodonosor estava em um contexto totalmente pagão mas “ propôs em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei” apesar de crescer num meio corrompido era integro a Deus, Martinho Lutero antes de ir para o monastério se achava o homem mais pecador do mundo, sempre alvo da ira de Deus, até que resolveu ir ao mosteiro; depois de muito tempo, mesmo sob intensos jejuns, orações e leituras, lamenta “ mesmo dentro do monastério o malandro ( desejos carnais ) estava dentro de mim”. O homem não pode mudar a si mesmo, assim como o Leão não pode mudar sua natureza; se o leão está na jaula e você piedosamente joga capim, ele morre de fome, porque ele é carnívoro, igualmente o boi em situação semelhante você jogar carne ele morre de fome por que é herbívoro; o homem não pode mudar a si mesmo, mas Deus pode fazer “ nova criatura” com inclinações diferentes. Portanto o ambiente apenas reprime os desejos temporariamente mas não os extingue , aconselho você aspirante ao seminário a vir consciente de que seu ministério começa em casa, na sua igreja, começou no momento em que você disse “Jesus eu te aceito como meu salvador” não quando você recebe uma credencial de pastor. O ambiente do seminário de certo modo influencia mas não determina caráter de ninguém, isso depende de você...
2- Motivações erradas “ser um grande pregador“ a maioria dos jovens que vem ao seminário foram preponderantemente influenciados por algum pregador de renome, nada contra, afinal todo mundo precisa de referenciais, mas ai é que tá! Dificilmente existe um pastor de projeção nacional que seja referencial para nossa geração. Ao chegar, o encanto se quebra e o desencanto se instala quando percebe que muitos usam a bíblia ao bel-prazer dando sentido ao texto ao invés de buscar o seu sentido, que não passam de animadores de auditórios e manipuladores de massa, porque o verdadeiro profeta que esta geração precisa não negocia seu ministério por um prato de lentilhas muito menos busca os aplausos da multidão visto que isso não se coaduna com o tipo de mensagem que carrega, confrontadora, comprometedora, que nos desafia a santidade, e nos trás ajuda do alto, não auto-ajuda, ou frases de efeito que massageie o ego. Ao ver isso “a ficha cai” e percebe que só existem duas saídas: ou entra no sistema, ou ignora, caso ignore não terá holofotes sobre si, mas terá a luz da vida, não terá os aplausos, mas terá a aprovação de Deus, “porque ama mais a gloria de Deus do que a dos homens”...
Pense nisso

Nilton Saves



quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O antídoto contra morte é a própria morte







O antídoto contra morte é a própria morte

“Esse título parece um tanto irônico, inusitado, mas é assim que vejo a relação do cristão com a morte física e espiritual”

Na madrugada de ontem ao deitar-me “meu coração estava inquieto” pensei: meu Deus agente luta tanto em busca de nossos sonhos e às vezes sem aviso ou provacação somos surpreendidos fatidicamente pela morte, é por isso que muitas vezes tentamos eternizar nossos sonhos na tentativa simples e ingênua de fazê-los transpor aquilo que os ameaça inesperadamente, mas acabo me rendendo a fato de que ela é inevitável está inerente a nossa própria condição humana! Ah temida morte!
Não é sem razão que o antídoto contra o veneno letal da cobra esteja em seu próprio veneno, posso até ser taxado de piegas com essa minha analogia mas não permitirei que meus temores me privem de transmitir o que penso, além do mais esse principio está presente nas Escrituras sagradas; a força da morte é o pecado “o que dá a morte o poder de ferir é o pecado” ( I Co.15.56ª) além disso Paulo lança luz sobre esse principio quando diz que o salário do pecado é a morte( Rm.6.23) resumindo uma vez salvos por Cristo, “morremos para o pecado” em outras palavras só morrendo ( lembra quando disse que o antídoto da morte está no próprio ato de morrer) é que podemos vencê-la. Os que estão em Cristo nova criatura é (II Co.5.17) E Jesus garante “ Se alguém estar em mim, passou da morte para vida ( Jo.5.24) sendo assim a morte para o cristão não é mais um inimigo a ser temido. Paulo expressa isso muito bem “ de sorte que para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”, “ portanto se já ressuscitaste com Cristo, ( isso quer dizer que morremos com Cristo, uma vez que só ressuscita quem morreu)” buscai as coisas que são de cima... a nossa vida está escondida em Cristo ( Cl.3.1;3) você não precisa mais temer a morte pois ela não tem mais poder sobre quem está nele, é por isso que sempre que a Bíblia se refere a “Morte” do cristão ela usa o termo “ dormir” (I Ts.4.13)“Irmãos não sejais ignorantes acerca dos que dormem” ainda, Cristo é as primícias dos que dormem ( I Co.15.20)
A luz dessas passagens podemos inferir que só morrendo (para o pecado) é que podemos vencer a morte, de sorte que quando ela nos espreitar no horizonte de nossas vidas não nos fará dano algum mas será nosso veículo que nos conduzirá a Cristo...
Alguns dizem, é! Quando Adão pecou perdemos a imortalidade, certo, mas não se preocupe porque o segundo adão a trouxe de volta ( II Tm.1.10)



Talvez você esteja pensando vou viver antes que eu morra, Cristo diz “Morra e então podes viver”
Pense nisso...

Em Cristo

Nilton Saves

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Implicações de um chamado


Lucas 5.28 “E deixando tudo o seguiu”
Implicações de um chamado


O texto supracitado fala-nos da chamada de um homem cognominado Mateus, mais conhecido como Levi, seu nome judeu, que doravante faria parte da seleta lista dos doze apóstolos.
Várias vezes li, esse texto e sempre que lia não entendia o porquê Mateus foi tão solícito ao convite de Jesus. A luz do texto e de passagens correlatas descobrimos que Jesus passou a maior parte de seu ministério na cidade de Cafarnaum que era a cidade de Mateus. Com certeza Mateus amiúde via Jesus curar enfermos e anunciar o reino de Deus, Jesus era o assunto do dia em conversas cotidianas, é bem verdade que Cristo dissera que Cafarnaum seria abatida até o inferno por não ter atentado ao que ele pregava (Mt.11.23) Não obstante um homem sentiu-se tão embevecido com as palavras de Jesus que deixou tudo e o seguiu. (Lucas 5.28) não houve nenhum rito de passagem, nem muito menos uma penitencia para que ele ingressasse no ministério, apenas um coração disposto, resoluto a segui-lo. O chamado de Deus implica resolução, até hoje as palavras profeta Elias ecoam em nossas mentes “Até quando coxeareis entre dois pensamentos” não existe reino de Deus sem renuncia, inclusive renunciar a nossa própria vontade ao senhorio de Cristo, uma vez que sua vontade é boa, perfeita e agradável ( Rm.12.1). Portanto uma vez resoluto ao senhorio de Cristo em sua vida, não negociei seu chamado, faça como Mateus. È o que chamamos de ganho através da perda, pelas implicações fraudulentas e métodos ilícitos de seu trabalho, não é grande especulação pensar que Mateus tenha sido aquele dentre os doze cuja decisão pelo discipulado implicou maior perda financeira. Dentro dessa perspectiva financeira, as parábolas da Pérola de grande preço e do Tesouro escondido. (Mateus 13.44-46) Só registradas por ele, podem ser o reflexo daquilo que foi a própria realidade de sua conversão, isso não quer dizer que uma vez convertidos devemos abandonar “tudo” literalmente, com certeza essa decisão de Mateus está atrelada aquilo que lhe prendia, lhe fazia escravo “a riqueza” isso inevitavelmente iria interpor entre ele e Jesus o que ele fez? Deixou!! Jesus disse que onde estiver o seu tesouro ali estará o seu coração, onde está seu coração? Ali estará seu tesouro. Pense nisso...


Em Cristo

Nilton Saves